segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

28/2/2011

Bento XVI: “Fé na Providência não dispensa a árdua luta por uma vida digna”
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Na manhã deste domingo, 27, falando a mais de 50 mil fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para a oração mariana do Angelus, o papa Bento XVI recordou que, na liturgia de hoje, ecoa uma das palavras mais tocantes da Sagrada Escritura. Diz o livro de Isaías, proclamado na missa deste domingo: “Pode a mãe se esquecer do seu filho, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você" (Is 49,15).
“Este convite a confiar no amor infalível de Deus é comparado com a página, também muito sugestiva do Evangelho de Mateus em que Jesus exorta seus discípulos a confiar na Providência do Pai celeste, que alimenta as aves do céu e veste os lírios do campo, e conhece todas as nossas necessidades (cf. 6,24-34). Assim diz o Mestre: “Não se preocupem, dizendo: O que comeremos? O que beberemos? O que vestiremos? De todas essas coisas vão em busca os pagãos. O Pai celeste sabe do que vocês necessitam”, disse o papa.

Bento XVI afirmou que, diante da situação de muitas pessoas, próximas ou distantes, que vivem na miséria, esse discurso de Jesus pode parecer pouco realista, ou até mesmo evasivo. 

“Na verdade, o Senhor quer deixar bem claro que não se pode servir a dois senhores: Deus e a riqueza. Aqueles que crêem em Deus, Pai cheio de amor pelos seus filhos, dá prioridade à busca de seu reino, da sua vontade. E este é precisamente o oposto do fatalismo ou de um ingênuo irenismo”.

Bento XVI destacou que a “fé na Providência não dispensa a árdua luta por uma vida digna, mas liberta do afã pelas coisas e do medo do amanhã”. Segundo o papa, o cristão se distingue pela absoluta confiança no Pai Celeste, como foi para Jesus.

“É precisamente a relação com Deus Pai, que dá sentido à vida de Cristo, às suas palavras, aos seus gestos de salvação, até à sua paixão, morte e ressurreição. Jesus nos mostrou o que significa viver com os pés bem firmes no chão, atentos às concretas situações do próximo, e ao mesmo tempo mantendo o coração no céu, imerso na misericórdia de Deus”.
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cnbb.org.br

Fonte:www.redevida.com.br

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Artigo do Padre Robson de Oliveira -Trindade - Góias

A CAPACIDADE DE TORNAR SONHOS EM REALIDADE!

janeiro 30, 2011 
Muitas vezes a sociedade deposita na consciência das pessoas uma série de inverdades que não correspondem com a realidade dos fatos. Em alguns contextos, indivíduos são educados de modo que não acreditem em si nem em suas potencialidades. Quanto mais for ingênuo e demonstrar incapacidade, mais bem quisto será. Infelizmente, há aqueles que não conseguem conviver com o bom êxito dos outros, por isso, ignoram qualquer trabalho bem sucedido ou, então, já criticam a possibilidade de resultados favoráveis. Só é bom, qualificado e profissional aquilo que eles fazem. O que provém dos demais é inadequado, mal organizado e inviável.
Contudo, não é só no trabalho ou na família que acontecem tais situações. A mesma também pode ser verificada entre amigos, quando um se sente ameaçado pela presença do outro; entre casais, quando o marido ou a esposa só tende a humilhar, com palavras de baixo calão e de rebaixamento; entre correntes filosóficas ou religiosas, que enfatizam a dimensão do sofrimento pelo simples sofrimento, como se o mesmo fosse o caminho mais eficaz para encontrar a paz interior. Nestes cenários imagina-se que quanto mais se sofre, quanto mais se tem problemas, quanto mais adversidades são acometidas, mais pura a pessoa se torna. Dessa forma, surge o pensamento errôneo de que só é bom aquele que padece até a morte. O sofrimento sempre é válido para os corações endurecidos, mas não pode ser a finalidade última de quem deseja transformar sonhos em realidade.
Na medida em que se perde a confiança humana, perde-se também a fé Divina. Uma é consequência da outra. Engana-se quem pensa que a educação recebida não tem efeito nas atitudes daquele que a recebe. O processo de educação tem o poder de fundamentar nossa identidade e, ao mesmo tempo, definir nosso caráter. Este pensamento serve para a educação concedida pela Igreja, pela família, pelos amigos e também pelo ambiente de trabalho e pela escola; de tal modo que é possível perceber nas atitudes futuras o comportamento de alguém educado na autoconfiança e de outro, criado na baixa autoestima.
Frases como: “Você é um incapaz!”, “Nunca vai conseguir vencer na vida!”, “Não passa de um Zé ninguém!”, “Só sonha e nunca realiza nada!” só tende a impedir o desenvolvimento da pessoa e colocar obstáculo ao seu processo de amadurecimento. Alguns chegam a ser lesados em suas capacidades mais importantes, ficam paralisadas e impossibilitados de ser quem são. Acabam por assumir um personagem e uma imagem distorcida de si.
O sonho, desde que justo, tem a missão de revelar os nossos potenciais. Quando o colocamos em prática rompemos com aquilo que projetaram sobre nós. As ideias de ‘incapaz’, ‘incompetente’ ou ‘mal instruído’ são perdoadas, deixadas de lado, para que o ‘eu verdadeiro’ venha à tona, com toda a sua força.
A vida passa a ser impressa com marca de qualidade ao tomarmos consciência do que somos no coração do Pai Eterno e ao reconhecermos para que fomos criados. O Pai Eterno não nos infantiliza: nunca vendará a nossa visão da realidade, não impedirá que cresçamos, não estorvará nosso trabalho, jamais colocará obstáculo para que sejamos felizes e íntegros. Eis um Deus que faz tudo pela nossa felicidade!
No Pai, recuperamos o selo existencial roubado pelo pecado. Assumimos as rédeas da nossa história e não permitimos ser marionetes nas mãos das pessoas. O Pai Eterno manifesta a essência maior do nosso ser. As capacidades escondidas ou, até mesmo, desconhecidas aparecem com o único objetivo de instaurar o Reino de Deus e de construir um sentido para a nossa vida. Realização pessoal também tem a ver com significado da existência!
Jesus de Nazaré foi Alguém que sonhou os sonhos do Pai e os fez realidade. A morte na cruz não indica nenhum tipo de fracasso. Pelo contrário, Ele só foi crucificado porque conseguiu realizar, com fidelidade, tudo o que lhe foi proposto e assumido. Jesus tinha consciência de si e a cada momento tomava noção da grandeza de Sua missão. O sonho do Cristianismo precisa ser continuado. Ele não está longe de nós! Encontra-se mais perto do que imaginamos. A doutrina cristã não é autoajuda, não é alienação e muito menos uma forma de se afastar da realidade. É muito triste constatar que determinados ateus e agnósticos dão mais exemplos éticos e morais que certos cristãos.
Portanto, façamos a experiência de nos sentirmos descobertos, perdoados e realizados no Pai Eterno. Só concretizaremos os sonhos do Pai à medida que alcançarmos nossos próprios sonhos: na coerência e retidão de vida, na honestidade, no respeito pelo outro, no cuidado consigo e amando incondicionalmente. Nunca desistamos dos nossos sonhos, embora as dificuldades mostrem o contrário. Lutemos por nossas verdades e cuidemos para não trair nossas convicções. Trabalhemos com metas, prazos e objetivos. Marquemos onde queremos chegar. Humanizemo-nos e saberemos que o sonho só se torna realidade quando lutamos por ele, com todas as nossas forças, sem perder a própria dignidade.

Pe. Robson de Oliveira Pereira, C.Ss.R.
Missionário Redentorista, Reitor da Basílica de Trindade e Mestre em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano.

Fonte:blog.paieterno.com.br